Enquanto isso, num cinema perto de você...


Cloverfield - Monstro
Todo o excesso de expectativa depositado sobre Cloverfield, produzido por J.J. Abrams, o criador de Lost, não foi em vão. Trata-se de um dos mais eletrizantes filmes catástrofes já feitos no cinema americano e muito disso se deve ao incrível realismo de suas cenas.
Com narração em primeira pessoa, vemos como a festa de despedida de Rob se transforma num verdadeiro inferno depois que um monstro (de origem não explicada) começa a atacar Nova York. Rob e alguns amigos, entre eles Hud (que filmava a festa e segue registrando em primeira pessoa toda a trajetória posterior), iniciam uma fuga desesperada na tentativa de salvar Beth, amiga e (quase) par romantico do protagonista.
A partir daí, Cloverfield transforma-se num emaranhado de sequências tira-fôlego, que culminam num final ímpar e até ousado para um blockbuster.
Utilizando atores desconhecidos e apostando no medo "do que não se vê", o diretor Matt Reeves atinge um excelente resultado final e entrega um filme que tem todos os elementos necessários para se tornar cult.
A dica para quem vai ver é: respire fundo nos primeiros 15 minutos de projeção, porque o restante é de fazer pular da cadeira.
Nota: 10,0


Desejo e Reparação
Filme vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme na categoria Drama, o que o torna um dos favoritos à disputa principal do Oscar.
Desejo e Reparação é um drama de época dirigido por Joe Wright, de Orgulho e Preconceito, que conta a história de Brioni Tallis (Saorsi Ronan, Romola Garai e Vanessa Redgrave), uma pré-adolescente mimada que vive com a família em uma luxuosa propriedade rural. Ela passa o tempo escrevendo peças teatrais e mantém uma paixão platônica por Robbie (James McAvoy) filho de uma empregada que, por sua vez, é apaixonado por Cecilia (Keira Knightley), irmã de Brione.
Em circunstâncias que não convêm revelar, Brione, então com 12 anos, presta um falso testemunho contra Robbie. O que o desenrolar da história nos mostra são as dolorosas consequências que a mentira de Brione tem na vida do rapaz e de sua irmã.
Embora seja atestada a incomparável qualidade técnica do filme (fotografia, direção de arte, trilha sonora, som), Desejo e Reparação sofre de uma profunda falta de objetividade. Só entendemos exatamente onde o filme quer chegar em seu apático final. Isso faz com que a história torne-se cansativa e arrastada, principalmente após a primeira passagem de tempo. Nem mesmo a edição não convencional, que mostra a mesma cena de diferentes ângulos, conseguiu segurar a barra. Chega a ser mais chato que As Horas, outro filme (sem-pé-nem) cabeça que faz o público amargurar durante sua duração.
Entendam, não é um filme ruim, é apenas cansativo.
Nota: 6,0



Juno
Azarão na disputa pelos principais Oscar do ano, Juno é uma comédia dramática indie que se tornou uma grata surpresa entre os indicados.
O filme conta a história da personagem título (Ellen Page, de Menina Má.com), que tem que enfrentar uma gravidez precoce aos 16 anos.
Após desistir de um aborto, pois descobriu que seu bebê já tinha unhas (!!!??), Juno decide procurar pais adotivos para entregar a criança assim que nascer. Ela acaba encontrando Vanessa (Jennifer Garner) e Mark (Jason Bateman), um belo e aparentemente bem-sucedido casal que se anima com a adoção. A partir daí, acompanhamos toda a trajetória da protagonista durante os nove meses de gestação, incluindo seu flerte com Bleeker (Michael Cera), o pai do bebê, com quem ela mantém uma relação imatura.
Com uma trilha sonora escolhida a dedo, e que chegou ao nº1 das paradas nos EUA, Juno é um filme que emociona e diverte na medida certa. Seus personagens bem trabalhados e desenvolvidos tecem uma trama aparentemente banal, mas que é apenas um pretexto para discutir a dificuldade humana de assumir/aceitar o "não-estar pronto".
Nota: 10,0


Eu sou a lenda
Adaptado do livro homônimo, e que já teve duas versões anteriores para o cinema, Eu sou a lenda poderia ser bem melhor se tivesse menos vocação (e investimento) para ser um blockbuster. Não que não seja ótimo passar boa parte da duração (apenas) na companhia do astro Will Smith, acompanhando sua luta pela sobrevivência em meio ao caos calmo; mas após o decepcionante final, fica claro que com menos holofotes o diretor Francis Lawrence poderia fazer seu filme transitar por diversas vertentes sem ter que terminar em redenção.
Eu sou a lenda conta a irresistível história de Robert Neville, último homem em uma cidade infectada por um vírus que transforma seres humanos em criaturas da noite. Na companhia de seu cachorro, Neville tenta sobreviver enquanto trabalha numa cura para a tal doença, mas, pelo que se vê, está longe de chegar a um resultado.
Em excelente sintonia diretor/ator, Smith e Lawrence tecem com competência a teia em que Neville está vorazmente envolvido: ele não tem mais ninguém (sua mulher e filha morreram num acidente de helicóptero) e, mesmo assim, é a última esperança para todos.
O primeiro e o segundo ato do filme beiram a perfeição. Mas quando o personagem central recebe a visita inesperada de Ana (a brasileira Alice Braga) e seu filho, descobrindo, enfim, que não está sozinho, a tensão se quebra no que deveria ser o ápice da produção, transformando Eu sou a lenda num filme apenas bom.
Nota: 7,0

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