É como uma maldição
Um karma que vai me acompanhar para sempre
Não me impedirá de viver, eu sei
Mas também sei que a cada curva da vida, tua presença me faltará
E é tudo culpa dos teus olhos...
Teus olhos grandes e negros
que parecem refletir em negativo a lua cheia
Teus olhos grandes e negros
que me abriram a janela da tua alma
E me convidaram a mergulhar em cheio
na aventura que foi te conhecer
São teus olhos grandes e negros que virão à minha mente
Naquelas tardes ociosas de domingo
ou nas noites em que o sono não vem
E quando eu finalmente conseguir dormir,
brilharão em meus sonhos para me cegar
Duas luas no crepúsculo dos meus sonhos,
Teus olhos grandes e negros...
E há o teu sorriso infantil;
é nele que vou pensar quando eu quiser apenas não pensar
E há o teu nome exótico;
que virá a minha boca, quando minha boca não for tua
E há o nada
O nada é o que eu posso fazer, além de aceitar
...
Mas não pense você que tudo isto me parece ruim,
mesmo não sendo a mais confortável das condições
Tenho que admitir que me sinto orgulhoso,
pois eu sei o que é o amor, eu o reconheço
Bem diferente de você,
que o está deixando escapar entre os dedos, como areia fina
E como areia fina,
o vento sopra e leva as partículas do amor embora
Existem, porém, lugares onde toda a areia fina repousa
e são acariciadas por águas salgadas, que um dia chamaram-se lágrimas
À este lugar, os humanos deram o nome de praia...
e nas praias, os humanos que, como você, esqueceram o rosto do amor
divertem-se e celebram sua eterna falta
Dançam; como num ritual pagão, pisoteando seus próprios amores
Amores que o orgulho, a imaturidade e o idealismo deixaram escapar,
Escapar como areia fina, que escorre pelos dedos,
que voa com o vento...
Será que você não vê ou finge não ver?
Tua cegueira voluntária é digna de um estudo científico
Você, que teima em procurar nos amantes
as qualidades que faltam em ti
E eu, que atravesso teus olhos grandes e negros
e uma vez dentro de ti, encontro muito daquilo que mais gosto em mim...
...
Se eu pudesse, jogaria a areia fina
em teus olhos grandes e negros;
Não por maldade ou vingança,
e sim para te alertar que os opostos se destroem
Mas isso só o tempo vai te ensinar
E que ele seja piedoso contigo,
e
não
borre
com
águas
salgadas
o
negro
dos
teus
olhos
areia fina ou olhos grandes e negros
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009 | Postado por Jeff Santanielo às 21:21
Marcadores: baseado em pessoas reais
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2 comentários:
Nossa, que dom! Li o poema até o final e fiquei com gosto de quero mais. Parabéns, lindo blog :)
Poema profecia
... os opostos se destroem
com a ultima estrofe se desintegrando como a areia fina ou escorrendo como um borrão de aguas salgadas...
mas muito antes já decorre com a imagem pensada...(Shklovsky)
Coisa de profissional!
Amei
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