Acordou despenteada
Esmagada por um sonho ao qual não quis voltar
Deu um jeito no cabelo enquanto pensava no cardápio do café
Mas não era habituada a pensar
Mais um dia normal, fez tudo exatamente igual
Anormal que se tornara
Sonhou o dia inteiro com pessoas e lugares que nunca verá
À noite, um beijo no conjugue*
Ela teve sorte e ele não dormiu,
Então, naquela noite, sentiu algo próximo de um orgasmo
Ou algo próximo do que ela acredita ser um orgasmo
Uma noite normal, um sentimento banal
São pessoas normais
Não é isso que todos querem, afinal?
E antes de dormir lhe ocorreram pensamentos impuros
Os que não deveriam passar pela cabeça normal de mãe ou esposa
Rolou pela cama, enquanto o conjugue roncava alto
Já não é tão confortável o colchão, como era há 30 anos
Uma madrugada normal uma inquietação que se tornou rotina uma rotina que se tornou vício um vício que consumiu sua beleza sua vontade sua juventude a normal que nunca quis ser
Anormal que já foi um dia:
Flower-power, tropicália, ervas perfumando a mente
A normal que nunca quis ser:
( )
Anormal que tanto quis ser diferente
E acabou igual
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* Convencionou-se chamar o marido de conjugue, tão burocrática tornou-se a relação dos dois.
A Normal
domingo, 22 de fevereiro de 2009 | Postado por Jeff Santanielo às 16:57
Marcadores: Crônicas da Normal
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3 comentários:
Anormal é não gostar muito do que há por aqui!
Prazer enorme!
Encontrei pela comunidade de blogueiros do orkut...Que bom!
Irei linkar, algum problema???
Um abraço!
LINDO! Muito bom o texto!!
Ai meu sentimento religioso personificado e centrado em um ser que entendo superior e uniciente - Meu DEUS!!
muito bom...
quem fez?
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